TRADUTOR

terça-feira, 3 de agosto de 2010

EXERCÍCIOS FÍSICOS PARA HIPERTENSOS


Em pessoas hipertensas, os exercícios físicos repetidos têm um efeito benéfico para a redução parcial da pressão arterial, mas não a corrigem completamente. Cientistas que buscaram entender os motivos dessa não correção identificaram os vilões dessa história: os rins. Constatou-se, em pesquisas, que os vasos sanguíneos desses órgãos se contraem durante a atividade física. A hipertensão resulta da força a mais que o coração emprega para bombear o sangue em arteríolas (pequenos vasos sanguíneos) que, com suas paredes contraídas, apresentam menor espaço para a passagem do sangue.

Os exercícios físicos já são utilizados como uma forma de prevenção e tratamento a quadros leves de hipertensão, pois durante sua realização é apresentada uma diminuição da parede das arteríolas dos músculos esqueléticos - utilizados durante os exercícios - aumentando o espaço para a passagem do sangue. Nos testes realizados com ratos verificou-se que nos rins a espessura das paredes dos vasos não foram alteradas, mantendo assim reduzido o canal para a passagem de sangue. A prevenção e o tratamento da hipertensão através de intervenções não medicamentosas já está conquistando vários adeptos. Médicos e pacientes estão utilizando esta estratégia terapêutica com mais frequência, desfrutando dos seus benefícios a médio e longo prazo.

O tratamento farmacológico, é certo, pode reduzir os níveis pressóricos em indivíduos hipertensos. No entanto, esses medicamentos anti-hipertensivos podem não ser indicados a todos, por terem alto custo, e ainda trazer consequências indesejáveis para a saúde. Por isto, tratamento da hipertensão através da atividade física (não farmacológico) vem recebendo grande atenção. Embora a eficácia da atividade física no tratamento não farmacológico da pressão arterial não deixe dúvidas, apenas 75% dos pacientes hipertensos são responsivos ao treinamento físico.
.
Das diversas intervenções não medicamentosas, o exercício físico está associado a múltiplos benefícios. Bem planejado e orientado de forma correta, quanto a sua duração e intensidade, pode ter um efeito hipotensor importante. Uma única sessão de exercício físico prolongado de baixa ou moderada intensidade provoca queda prolongada na pressão arterial. Porém, alguns fatores devem se ser considerados para alcançar os efeitos hipotensores do treinamento. É necessária uma padronização quanto à intensidade, frequência e duração das sessões.

Os efeitos fisiológicos do exercício físico são classificados em agudos imediatos, agudos tardios e crônicos. Os agudos (respostas), são relacionados com a sessão de exercício, ocorrem nos períodos pré-imediatos, per e pós-imediato rápido (até alguns minutos) ao exercício físico (aumento da FC, da pressão sistólica e pela sudorese associada ao esforço). Estes efeitos são aqueles observados durante as 24 ou 48 horas (às vezes até 72 horas) após uma sessão de exercício e podem ser identificados na discreta redução dos níveis tensionais (especialmente nos hipertensos), na expansão do volume plasmático, na melhora da função endotelial e no aumento da sensibilidade insulínica nas membranas das células musculares.
.
Os efeitos crônicos, denominados adaptações, (bradicardia relativa de repouso, hipertrofia ventricular esquerda fisiológica e aumento do consumo máximo de oxigênio), são resultados da frequência e regularidade às sessões de exercício, e são características morfofuncionais que distinguem um indivíduo fisicamente treinado, de um sedentário. A utilização de exercícios físicos para pacientes hipertensos como prevenção e tratamento da hipertensão arterial, apresentam implicações clínicas importantes, uma vez que os mesmos produzem efeitos que podem reduzir ou mesmo abolir a necessidade do uso de medicamentos anti-hipertensivos. Embora estes efeitos não sejam tão intensos quanto ao tratamento medicamentoso.

O exercício regular, aeróbico de baixa e moderada intensidade deve ser incluído como uma conduta não farmacológica no tratamento da hipertensão arterial. A aplicabilidade de exercícios resistidos na população hipertensa é um campo de investigação recente e os resultados ainda não são conclusivos. Porém, exercícios resistidos de baixa intensidade (RML), podem ser incluídos como complemento ao exercício aeróbico.

ATENÇÃO: Ao procurar a tal fórmula mágica para emagrecer, você depara com a dobradinha clássica: dieta balanceada e atividade física, os responsáveis pela perda de peso saudável. O que pouca gente conhece, no entanto, é a combinação de exercícios certos para alcançar a meta mais depressa. O primeiro engano de quem se exercita com o objetivo de emagrecer é achar que quanto mais exercício fizer, melhor para a perda de peso. Muito pelo contrário, é importante evitar o excesso de atividades físicas para não fadigar os músculos. Praticar exercícios três vezes por semana é suficiente para notar resultados em um mês. (Liliana Diniz)